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Divisão de Saúde divulga orientações sobre ansiedade, ataques de pânico e sintomas relacionados ao COVID19

Juliano da Silva Damas Júnior
20/04/2020 - 17:44 - atualizado em 20/04/2020 - 17:58

Em tempos de pandemia, muitas pessoas podem sofrer de ansiedade ou pânico pela primeira vez. Outras podem apresentar sintomas de ansiedade com maior frequência que o normal. Isso é compreensível e pode ser uma reação natural para uma situação de estresse. Mas qual a diferença entre sintomas de ansiedade, ataques de pânico e doença de coronavírus 2019 (COVID-19)?

O que é ansiedade?

Ansiedade refere-se a sentimentos de nervosismo, medo, tensão, preocupação e a sensação de que algo ruim está prestes a acontecer. Também está associada a sintomas físicos, como falta de respiração, batimento cardíaco acelerado, sudorese, mãos frias, tremores, dificuldade de concentração e dificuldade para dormir. Situações extremamente estressantes, como a pandemia de COVID-19, podem levar a sentimentos excessivos e incapacitantes de ansiedade.

O que são ataques de pânico?

Os ataques de pânico são um aumento repentino de ansiedade com sintomas físicos intensos, como batimentos cardíacos acelerados, sudorese, tremores, dor ou desconforto no peito, dificuldade para respirar, sensação de tontura ou desmaio, náusea ou desconforto abdominal. A pessoa que experimenta o ataque de pânico sente que vai morrer, mesmo que não haja perigo iminente.

O que estou sentindo é ansiedade, ataque de pânico ou COVID-19?

Falta de ar é uma experiência comum na ansiedade, nos ataques de pânico e no COVID-19. Para ajudá-lo a diferenciar, faça as seguintes perguntas a si mesmo:

• Já experimentei sintomas semelhantes no passado? Se você tem um histórico de ansiedade, medo excessivo, e ataques de pânico, é possível que seja isso que você esteja sentindo.

• Os sintomas estão melhorando em 10 a 15 minutos? Ataques de pânico geralmente atingem uma maior intensidade em torno de 10 minutos e após este tempo os sintomas tendem a diminuir.

• Os sintomas melhoram usando técnicas de relaxamento? Ansiedade e ataques de pânico geralmente respondem bem a técnicas de relaxamento, como respiração profunda ou atenção plena. É improvável que a falta de ar relacionada ao COVID-19 melhore com as técnicas de relaxamento.

Se você respondeu "sim" a essas três perguntas, provavelmente esteja com ansiedade ou sintomas de um ataque de pânico. No caso, deve-se procurar ajuda se estes sintomas estejam interferindo no seu dia-a-dia. Entre em contato com a Divisão de Saúde (DISAU) através do formulário de atendimento ou pelo e-mail disau@proae.ufu.br para orientações sobre como procurar ajuda especializada. 

Você tem falta de ar com febre, tosse ou dor de garganta ou outros sintomas que se assemelham a um estado viral?

Se sim, é possível que os sintomas que esteja sentindo se assemelhe ao COVID-19, principalmente se você tiver tido contato com pessoas que tiveram a confirmação de COVID-19 ou você ou alguém próximo não esteja cumprindo o isolamento social em casa, entre outros fatores de risco. Geralmente, os infectados pelo vírus experimentam outros sintomas além de falta de ar, tais comọ: febre, coriza, tosse ou dor de garganta.

• Se você tiver sintomas leves, sem febre ou falta de ar, fique em casa. Procure orientação no whatsapp (34) 9774-0616 da Prefeitura Municipal de Uberlândia para verificar a necessidade de testes, por exemplo. Ao ficar em casa, você reduz a possibilidade de infectar outras pessoas ou de se contaminar com o COVID-19, caso não esteja com o diagnóstico. 

• Se você tem outras condições de saúde, incluindo doenças crônicas, doenças pulmonares, cardíacas, diabetes, câncer ou seja imunodeprimido, consulte seu médico ou procure informações na unidade de saúde mais próxima de sua residência ou em uma Unidade de Atendimento Integrado (UAI). Pode haver a necessidade de monitoramento do seu caso.
 
• Se os seus sintomas piorarem ou não desaparecerem após três a quatro dias, procure a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) ou a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência. Se os sintomas lhe impedirem de sair de casa, entre em contato com o Corpo de Bombeiros (193) ou com o Sistema Integrado de Atendimento a Trauma e Emergência (SIATE) (193). 

Como faço para lidar com a ansiedade ou o pânico?

1. Concentre-se nas coisas que você pode controlar
• Fique em casa mesmo que não se sinta doente. Cumpra o isolamento social. 
• Limite a quantidade de tempo que você passa assistindo e lendo as notícias. Atenha-se a
fontes confiáveis ​​de informação, como o Ministério da Saúde, a Prefeitura Municipal de sua cidade e da Universidade Federal de Uberlândia.
• Crie e mantenha uma rotina diária, incluindo exercícios, alimentação saudável e sono regulado. A Divisão de Esporte e Lazer Universitário (DIESU) lançou recentemente o Projeto Agita UFU em Casa. Para mais informações, acesse o link do projeto

2. Mantenha-se conectado
• Aproveite as possibilidades das redes sociais para manter-se próximos dos amigos, familiares e outras pessoas que lhe são importantes. 
• Ajude outras pessoas entrando em contato com elas. Isso beneficia a pessoa que está sendo ajudada e o próprio ajudante.

3. Use técnicas de relaxamento
• Respire fundo e lentamente. Inspire pelo nariz e expire pelo ar sua boca. Observe seu estômago se expandir à medida que inspira e sinta-o contrair quando você expira.
• Pratique a atenção plena, que é a prática de estar consciente no momento presente. Por exemplo, reserve um tempo para observar cinco coisas que você vê, quatro coisas que sente, três coisas que você ouve, duas coisas que você cheira e uma coisa que você prova.

Como posso ajudar alguém que tenha um ataque de pânico?

• Fique calmo. Ser calmo, compreensivo e não julgar pode ajudar a reduzir o sofrimento da outra  pessoa.
• Ajude-o a focar na respiração. Encontre um lugar tranquilo para se sentarem. Oriente-o a respirar devagar e profundamente por alguns minutos.
• Incentive-o a procurar ajuda. A Divisão de Saúde está disponível para orientação quanto ao apoio especializado, por meio do email disau@proae.ufu.br ou pelo formulário  de atendimento. O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo todos os dias voluntária e gratuitamente as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone (188), e-mail e chat 24 horas. Para mais informações https://www.cvv.org.br/.

Lembre-se que a pandemia é passageira, cuide de si mesmo e dos outros e fique em casa!! 

(Texto traduzido e adaptado do NYC Health Department, disponível no link https://www1.nyc.gov/assets/doh/downloads/pdf/imm/covid-19-anxiety-panic....)

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